quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Torre de Babel – Gn 11:5-9
Torre O termo Torre, do latim turris, significa uma estrutura alta, de arquitetura ou engenharia, em que a altura é bastante superior à largura apresentando uma determinada verticalidade. Pode ser edificada para diversos fins como defesa, comemoração ou otimização de espaço.
A Torre de Babel Desde o princípio, Deus tem a intenção de que o povo tenha união, e fale literalmente a mesma língua. A separação da humanidade começa em Caim e Abel, onde o simples fato de serem diferentes um do outro decide o fim trágico de um dos segmentos. Caím, tomado pela inveja e decepção ao perceber que a atitude de Abel agradava à Deus, matou seu irmão. Foi o primeiro assassinato registrado na Bíblia. Percebemos na Bíblia que os homens tinham uma única língua, porem não se entendiam, não caminhavam para um propósito comum. Na verdade, não tinham sequer esse propósito. Prossegue, após Caim, a criação de Deus, e as escrituras revelam que a maldade do homem aumenta, a ponto de Deus não mais suportar. Gn 6.5. A Bíblia não relata, porem imaginemos quão terrível foi a maldade da humanidade, a ponto de Deus aniquilar praticamente toda a criação viva. Gn 6.11 anuncia o povo corrompido e a terra cheia de violência. Registra exclusivamente que o povo estava corrompido “à vista de Deus”. Isso significa que provavelmente aos olhos humanos estava tudo normal, estava tudo do jeito que eles bem queriam, mas se consultassem ao Senhor, perceberiam com clareza o estado espiritual degradante que tanto ofendia à Deus.Todos conhecemos a história do dilúvio e da arca de Noé. O fato é que fomos criados para ter unidade, e a comunicação é a ferramenta que leva à tal unidade, porém a humanidade desde os primórdios encontrou-se em dificuldade para se comunicar. Gênesis 11.1 relata que toda a terra tinha apenas uma linguagem, e apenas uma maneira de falar. Alguns se confundem ao ler Gênesis 10.5, onde a bíblia relata que os descendentes de Noé se dividiram em nações conforme suas línguas, porém esse fato isolado leva-nos a crer que houve um anacronismo.“autor de Gênesis, Moisés, viveu muitos anos depois dos fatos narrados naquele livro. Então, no momento em que escrevia o capítulo 10, já sabia muito bem a respeito da divisão das línguas. Já sabia sobre a descendência de Noé e suas divisões conforme suas línguas. Então, usou desse conhecimento ao escrever o capítulo 10, embora, só no capítulo 11 é que ele fosse explicar como as línguas se dividiram. Então, no capítulo 10 ele fala do que aconteceria àquela descendência muito tempo depois. Isso acontece algumas vezes na bíblia. O autor adianta alguma informação e isso fica parecendo um erro. Segundo a narrativa bíblica no Gênesis, a Torre de Babel foi uma torre construída por um povo com o objetivo que o cume chegasse ao céu, para que não fossem espalhados sobre toda a terra. Deus parou este projeto ao confundir a sua linguagem e espalhar o povo sobre toda a terra. Esta história é usada para explicar a existência de muitas línguas e raças diferentes. A localização da construção teria sido na planície entre o Rio Tigre e Eufrates, atual Iraque, uma região estrategicamente boa por ser muito fértil. Tradicionalmente, os povos enumerados no capítulo 10 do Gênesis (a Tabela das Nações) são vistos como tendo-se espalhado pela Terra a partir do Sinar apenas após o abandono da Torre, que é uma explicação da diversidade cultural.
Lições do "Projeto Torre"
A tentativa de edificar "uma torre cujo topo chegue até aos céus", como é descrita em Gênesis 11:1-9, contém muitas informações de valor histórico, mas o seu valor maior está nos princípios revelados sobre Deus e o homem. Considere, pelo menos, estas três lições:
1- Grande nem sempre é bom.
Falamos com orgulho de morar na maior cidade, estudar na maior escola e fazer cirurgia no maior hospital; além de ter a maior casa, o maior carro e até a maior fazenda. Infelizmente, tais padrões, freqüentemente, são aplicados na religião. Algumas pessoas determinam se uma afirmação seja certa ou não pelo número de pessoas que acreditam nela. Elas julgam uma igreja pelo tamanho do seu prédio, a grande variedade de seus programas e a multidão de membros. Alguns até supõem que o crescimento de uma igreja necessariamente prova que Deus está com ela e que ele aprova as suas obras. O projeto torre na planície de Sinar era um grande empreendimento. Pode ser que envolveu toda a humanidade e os planos eram, de fato, visionários. Mas, Deus não o aprovou. O projeto estava errado por, pelo menos, dois motivos:
1- Foi o produto de ambições humanas e teve como alvo o engrandecimento do homem e não a glória de Deus. 2-Foi projetado para conseguir um alvo oposto à vontade de Deus. Deus havia dito: "Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra" (Gênesis 9:1). O propósito explícito de construir a torre foi: "para que não sejamos espalhados por toda a terra" (Gênesis 11:4).
Ajuntar cristãos em congregações maiores e construir prédios grandes não está errado se podemos mostrar que isso resultará na salvação de mais almas, ou a transformação de mais pessoas na imagem de Cristo; mas fazer tais coisas para tornar "célebre o nosso nome" é certamente uma abominação diante de Deus, como foi a torre de Babel. No primeiro século, a evangelização foi facilitada pela dispersão da igreja de Jerusalém e o mesmo método geralmente é o mais eficaz hoje. Não esqueçamos da instrução de Jesus: "Ide por todo o mundo" (Marcos 16:15).
2- A união e a cooperação nem sempre são desejáveis.
O entusiasmo das pessoas no "Projeto Torre" se torna evidente pelas próprias palavras delas. Podemos quase sentir o ânimo de ter tantas pessoas unidas e cooperando no esforço. Devem ter falado: "Não é maravilhosa esta comunhão?" Deus não a considerou maravilhosa! Ele teria ficado contente se alguém tivesse perturbado aquela união — se alguém tivesse se levantado para objetar, os relembrando das instruções de Deus. Se tais objeções não tivessem conseguido mudar as idéias do povo, Deus teria ficado contente com a decisão de um ou mais a ir embora, se dissociando dos seus irmãos. Alguém, pela fé, devia ter ouvido Deus dizendo: "Retirai-vos do meio deles, separai-vos". Mas, ninguém escutava. Deus deseja união, sim, mas somente na verdade. Ele quer cooperação, é claro, mas somente em fazer a vontade dele. Verdadeira união e cooperação não exigem proximidade física. Não temos que sentar-nos na mesma plataforma ou escrever pelo mesmo jornal para termos comunhão com Cristo. Aqueles povos antigos em Gênesis teriam cooperado com Deus e um com o outro se tivessem partido por caminhos diferentes para encher a terra, fazendo a vontade de Deus. Essa teria sido comunhão agradável— aquela boa e doce comunhão em fazer a vontade de Deus que é tão desejável. Mas, de fato, eles se uniram em rebelião e cooperaram para a glória do homem; de tal unidade Deus nunca se agradou.
3- A vontade de Deus será feita.
Essas pessoas não obedeceram voluntariamente as instruções de Deus para encher a terra. Mas a vontade de Deus foi feita. Quando Deus confundiu a língua deles, ele "os dispersou dali pela superfície da terra" — exatamente o resultado que eles procuraram evitar. A vontade de Deus foi feita, mas eles não receberam nenhuma bênção. Se nós falharmos em levar o evangelho para o mundo inteiro, a vontade de Deus de algum modo ainda será feita. Como Mordecai disse a Ester: "Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará...socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis" (Ester 4:14). Aqueles que ouvem o evangelho podem o rejeitar e recusar a reconhecer Jesus agora, mas um dia eles o reconhecerão. "Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai" (Filipenses 2:9-11). Portanto melhor é fazer a vontade de Deus agora, voluntariamente para a recompensa que ele tem prometido, do que sermos forçados contra a nossa vontade.